março 22, 2012

Verborragia intrínseca

Relâmpagos lampejam sobre pálpebras cerradas pela escuridão que goteja na noite de chuva. Homens temem a morte, na insignificância das suas vidas, numa extensão do seu ser na existência do ego, que treme na trovoada de uma voz tenra, que rompe silêncios e pontos finais, filhos do tempo, que o vento carrega em sua bolsa cheia de retalhos e migalhas de pães dormidos e domados pelo mofo, que consome a cor do frescor de algo recém parido, num verde pútrido digno da natureza que habita em seus mais profundos anseios, retaliados por dizeres infantis de fracos oprimidos, pelo poder dos que podem ser patifes sem pudores com as demais frivolidades que cabem numa cabeça medíocre, que detém o controle remoto de uma fase bastada e singular de sua inflamação sutil, do desejo humano provido pela usura do que se esvai todo dia pelos poros quase que sem querer, quase que sem saber.

março 04, 2012

Vida: experiência que te leva

Tem gente que diz que não pediu para nascer, mas biologicamente lutou por isso. Assim que é por toda sua existência, uma luta pela sobrevivência. Um dia após o outro e apenas expectativas, essas tais que viram experiências, ou não.
Dorme-se ansiando um dia ensolarado, alguns o sol sorri de fato, já outros, é dia de céu nublado. Nem por isso a vida é sobrevida, ou sobrevivida, num sentido negativo da coisa.Sobreviver é mais do que viver, pois é a prova da sua experimentação e capacidade de perspectiva.
Assim sendo, sobreviver é uma forma otimista de dar passos ao futuro que não está escrito nas estrelas, é uma caminho sinuoso que te grita experimentá-lo, na verdade. E cada curva, pedra ou atalho é parte do todo que te leva quase que arbitrariamente a entender o que é a vida.

agosto 09, 2011

De Segunda

Descobri como se apaga o tempo que sobrevive do risco que mora nas suas entranhas.
Uso do vento, o vôo que se equilibra pela libra da dualidade que me gira em roleta russa.
Transcrevo dias ensolarados em papéis de tardes de chuva que passam rente a sua distância vingativa. Deito sobre a folha expressões de pierrô e lanço num esforço inútil uma reza para que Deus tenha piedade.